terça-feira, 12 de agosto de 2014

Universitária mais velha do país se forma em Direito aos 97 anos


Dona Chames, como é conhecida, destaca que a idade não é justificativa para deixar de aprender e diz que “aqueles que usam esta ‘desculpa’ têm preguiça de buscar conhecimento”

Por: Rafael Elias Peregrina
Consultor de sustentabilidade, é colunista convidado do Portal Terceira Idade
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hames Salles Rolim vai finalmente realizar seu sonho: formar-se em Direito. Ela fez o curso na Fadipa (Faculdade de Direito de Ipatinga) e recebeu o diploma no dia 7 de agosto.

Seria mais uma notícia comum, não fosse pela idade da aluna. A universitária mais velha do país recebeu o diploma de bacharel em direito aos 97 anos.

Natural de Ipatinga, município mineiro que fica no Vale do Rio Doce, a 277 km de Belo Horizonte, dona Chames, como é conhecida, tem nove filhos, 28 netos e 16 bisnetos, mais noras e genros. Viúva desde 1997, ela só decidiu retomar os estudos em 2009, quando estava com 92 anos. Quando o marido era vivo, ele não a deixava estudar.

Simpática, sempre sorridente e com uma inteligência de se admirar, dona Chames cativa qualquer um com suas gargalhadas. “Dizem que eu sou a estudante mais velha do mundo, mas me considero apenas mais uma na sala de aula”, conta, satisfeita.

Ansiedade não por nota, mas por conhecimento

foto notíciasNa primeira prova, Chames infartou – literalmente. Eram mais de 70 anos sem frequentar uma escola e ela ficou muito nervosa. Mas nada desanimou a estudante mais querida da faculdade. “Não fui a melhor da classe, mas era uma aluna constante. Meus filhos me viam tão feliz que não tinham como não apoiar”. Segundo ela, sua ansiedade não era por nota, mas por conhecimento.

Qual o segredo de tanta lucidez? “Não ter raiva de nada nem de ninguém. Não produzo toxinas no meu organismo. Acordo todos os dias às 4h30 para fazer hidroginástica”, afirma Chames.

Ela diz que não vai tentar fazer a prova de habilitação na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para exercer a profissão de advogada: "Sei que a minha idade não me dá muito prazo. Por isso, o que eu quero é ser útil a quem me procurar e compartilhar o conhecimento. Se não souber responder algo, vou orientar a pessoa a procurar quem saiba".

Dona Chames lembra ainda que a idade não é justificativa para deixar de aprender e diz que aqueles que usam esta ‘desculpa’ têm preguiça de buscar conhecimento. “A gente sempre pode aprender, mesmo que seja a conviver melhor com as pessoas”.


Fotos: divulgação

Fonte: http://www.portalterceiraidade.com.br/horizontais/noticias_cidadao/noticia02.htm